sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

ARTE REALISTA| 7:35 de la mañana

 

Sinopsis: Una mujer entra, como cada día, a las 7:35 de la mañana, en una cafetería para tomar su desayuno, pero hoy pasará algo diferente.
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7:35 de la mañana (folhetim, ESP, 2003), de Nacho Vigalondo.
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terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

A abordagem antropológica na filosofia protomarxista


A redução do materialismo dialético ao materialismo histórico

Pensadores tão diversos entre si como Plekhanov e Gramsci [o jovem?], Ernst Bloch e Lucien Goldmann, o jovem Lukács e o velho Sartre, tiveram a comum tendência em suas tentativas de assimilar o marxismo, de reduzi-lo ao materialismo histórico, sem levar em consideração (ou ignorando ou rejeitando conscientemente) o materialismo dialético, ou seja, a teoria do conhecimento e a ontologia marxistas. Com isso, a própria concepção de história desses autores sofreu limitações e deformações. Em primeiro lugar, com a negação da gnosiologia dialético-materialista, da teoria do reflexo, todo o pensamento humano passou a ser encarado como ideologia”, como expressão não da objetividade real, mas de uma subjetividade de classe” (psicologia social em Plekhanov, visão do mundo” em Goldmann etc.). Essa corrente, negando a objetividade do pensamento, que se expressa na dialética leniniana da verdade absoluta e verdade relativa, terminava por cair num sociologismo” ou num historicismo” relativistas. Em tais pensadores, a análise marxista julgava esgotar sua tarefa quando indicava a gênese social do pensamento, sem estudá-lo em sua dimensão sistemática, imanente, ou seja, sem determinar-lhe a verdade ou falsidade objetivas.

E, em segundo lugar, reduzindo os problemas ontológicos a questões simplesmente antropológicas, tais marxistas não apenas negavam a dialética da natureza, como também deformavam em sentido subjetivista a legalidade específica da história humana. Esse subjetivismo aparece, em primeira instância, no modo pelo qual abordam a categoria central da ontologia marxista do ser social, ou seja, a práxis. Em vez de fundar a práxis no trabalho econômico (isto é, na relação ontologicamente primária entre o homem e a natureza, na qual revela-se claramente o laço entre causalidade e teleologia, que constitui a determinação objetiva da práxis humana em geral), os referidos marxistas fundavam-na unilateralmente no projeto subjetivo, no momento teleológico, terminando assim por enfraquecer ou dissolver inteiramente a causalidade e a racionalidade próprias da vida social. (Esse projeto é subjetivo mesmo quando, como no jovem Lukács, trata-se de uma subjetividade de classe.). Disso decorria, em suma, uma concepção fortemente subjetivista da história.

Carlos Nelson Coutinho, O estruturalismo e a miséria da razão.
2ª ed. São Paulo: Expressão Popular, 2010, p. 116-117.

A redução da atividade fundante à labor (abstrato)

Reduzir o trabalho ao trabalho abstrato, um equívoco levado ao extremo por teorizações como as do Grupo Krisis [Robert Kurz], conduz a uma de duas possibilidades. Ou se converte em uma recaída a uma concepção idealista, que cancela o papel central da objetivação (como veremos, a transformação teleologicamente orientada do real) no desenvolvimento histórico dos homens, passando do campo marxista para o hegelianismo ou o kantismo; ou então termina em uma concepção irracionalista que recusa a pergunta pelo fundamento último da existência social. Em qualquer dos casos, está sepultada a possibilidade da crítica radical, revolucionária, do mundo em que vivemos.

Sérgio Lessa, Mundo dos homens: trabalho e ser social.
São Paulo: Boitempo, 2002, p. 32-33.

A identidade entre atividade fundante e serviço

Sartre considera, portanto, como idênticos os processos de trabalho enquanto tais (a relação entre a sociedade e a natureza) e o trabalho enquanto base de relações entre as diversas classes da sociedade. Esses dois aspectos do conceito de trabalho formam, certamente, uma unidade dialética na sua evolução, mas Sartre não deixa de cometer um erro considerável ao escamotear pura e simplesmente a diferença essencial que os separa, e que faz com que eles ajam de uma maneira totalmente diferente sobre a consciência do trabalhador.

György Lukács, Existencialismo ou marxismo?
Trad. José Carlos Bruni. São Paulo: Ciências Humanas, 1979, p. 130.

Abstrações subjetivistas
 
Pois, em última análise, o caminho no qual se encontra engajado [o jovem e socialista] Merleau-Ponty não conduz à superação do niilismo. É preciso uma perspectiva concreta e real e esta só poderia constituir a partir da análise concreta da realidade objetiva, a partir do traçado concreto do caminho que vai do presente real ao futuro real. As abstrações da ontologia existencialista, sobretudo quando adotam as frases revolucionárias do trotskismo, não podem superar o niilismo, assim como as outras filosofias materialistas não ultrapassam seus mitos. Isto não é um conformismo pragmático de hoje, mas foi o próprio Marx que escreveu: “A dificuldade consiste somente na definição geral dessas contradições; desde que as especifiquemos, elas se resolvem.”
 
György Lukács, Existencialismo ou marxismo?
Trad. José Carlos Bruni. São Paulo: Ciências Humanas, 1979, p. 204.
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